
Lançar A PALAVRA DO GRANDE CHEFE é um sonho compartilhado com o escritor e parceiro Daniel Munduruku. Durante alguns anos reunimos diversas versões, recortes e fragmentos – dos mais diversos autores – que se prontificaram a recontar o célebre pronunciamento do carismático líder indígena. Fizemos nossa própria releitura, que funde livremente o material coletado em diferentes fontes e idiomas.
Em 1854 os anglo-europeus precisavam assentar suas famílias no novo mundo. O governo dos Estados Unidos propôs comprar o território indígena de Puget Sound, atual Estado de Washington. O Governador Isaac Stevens reiterou a oferta de compra ao líder dos povos Suquamish e Duwamish. O Chefe Seattle, como era conhecido, sabia que devia aceitá-la para evitar o risco de mais um enfrentamento.
Sua resposta tornou-se um discurso memorável, graças à clareza, contundência e à extraordinária força poética e percepção do sagrado na natureza. Esse pronunciamento tem sido por muitos recontado, já há mais de um século e meio. Transformou-se em um relato mítico que ganha novos relevos a cada releitura.
O sublime essencial permanece em todas essas versões. Quem jamais conheceu nenhuma delas, ou mesmo quem guarda o discurso na memória, terá uma outra oportunidade de ler A PALAVRA DO GRANDE CHEFE. Dessa vez, ilustrada com pirogravuras colorizadas com pigmentos naturais e elementos orgânicos tridimensionais, cuja elaboração foi balizada pela iconografia tradicional dos povos nativos da região. Ressalva apenas à caracterização do homem branco, feita com metal enferrujado e apetrechos ferroviários, como um símbolo da industrialização e do materialismo nascentes.
Lançamento no sábado, 24/05, às 16h00, no espaço biblioteca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, durante o 10º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens.